Resgate 2

Resgate 2

19 de junho de 2023 0 Por Filipe R. Bichoff

Após o sucesso inesperado do primeiro longa era óbvio que a Netflix não perderia tempo encaminhando uma sequência, tendo em vista a raridade que é uma produção original se sair bem e conseguir se destacar. E foi tão inesperado que na sequência a produção literalmente ressuscitou o protagonista, o que ao menos rendeu uma boa introdução, que se difere do primeiro, e dedica tempo aos personagens e a motivação do protagonista. 

A introdução é enxuta, não ocupa tempo demais do longa, apenas restabelece relações, introduz novos personagens e explora um pouco mais o passado de Tyler (Chris). Os minutos iniciais também são voltados, mesmo que não muito, aos coadjuvantes que no primeiro longa tiveram pouco ou quase nada de participação, um detalhe que posteriormente nos rende um momento dramático importante, mesmo que o descarte seja de um personagem sem muita importância. 

Após a breve premissa temos a primeira, e única, grande sequência do longa, me refiro a todos os eventos recorrentes do resgate na prisão, uma sequência que a direção se esforça ao máximo e o resultado é realmente incrível, grandioso, sendo quase toda rodada sem cortes aparentes, somadas à ótimas sequências de luta, uma combinação de eventos realmente incrível. 

Mas assim como seu antecessor o longa se limita à apenas essa sequência realmente acima da média, as demais são eficientes, porém medianas, como é possível ver em inúmeras produções do gênero, que se resumem a tiros aleatórios e explosões. Um detalhe que revela que, mesmo o longa claramente se inspirando na franquia John Wick, nos prova que a tarefa não é fácil, o que exalta ainda mais os méritos de Wick. 

O roteiro é simples, até demais, não que um longa do gênero precise de algo extraordinário, mas o mínimo de desenvolvimento é bem-vindo, a exemplo disso temos uma personagem importante para o protagonista que retorna, sua esposa vivida de maneira apagada pela atriz Olga Kurylenko, e que na trama se resume a diálogos que vazios, falhando em sua única função que seria comover o público, alias, nesse quesito o longa anterior se sai muito melhor mesmo a relação do protagonista sendo com um estranho.    

O longa como um todo é satisfatório, porém com a narrativa seguindo um caminho inverso acaba que desmerece um pouco a trama, pois o longa começa em alta, com um ritmo frenético e vai perdendo fôlego, dando a entender que a direção usou toda sua capacidade na primeira metade do longa, após isso a outra metade é pouco inspirada e dificilmente empolga como a abertura, culminando de maneira morna.  

Resgate 2 é feliz no quesito evolução, e o mínimo de desenvolvimento, expande uma trama que antes era limitada a flashbacks, porém no fator narrativo se equipara a seu antecessor, a sequência principal pode até ser maior, porém ainda assim é única, e mesmo contando com uma participação maior de coadjuvantes como sua parceira Nik (Golshifteh Farahani), e um vilão que dessa vez recebe o mínimo de atenção, não é suficiente para ser tão superior a seu antecessor.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Resgate 2

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️ / 6,0

Direção: Sam Hargrave

Elenco: Chris Hemsworth, Golshifteh Farahani, Adam Bessa, Tornike Gogrichiani, Olga Kurylenko, Idris Elba, Tako Tabatadze

Duração: 2h 2m

Roteiro: Joe Russo, Anthony Russo

Fotografia: Greg Baldi

Trilha sonora: Alex Belcher, Henry Jackman

Ano: 2023