Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

27 de maio de 2023 0 Por Filipe R. Bichoff

Se tem uma coisa que Homem Formiga 3 faz e enfatiza, é o desleixo da marvel estúdios para com seus novos projetos, um filme claramente pensado apenas como a introdução de um vilão, algo que ainda assim não o faz com eficiência, resumindo o que vemos aqui em um descarte de personagens da velha guarda, personagens esses que mesmo não sendo da elite tinham seu valor, notados nos primeiros longas. 

A pressa em jogar os personagens em meio à confusão do reino quântico, leva a direção a uma introdução desprezível, em que nem mesmo as piadas parecem ser pensadas, quem dirá as conveniências de roteiro que, abruptamente colocam os personagens na ocasião ideal, diante de uma Cassie (Kathryn Newton), ideal, que ninguém conhece ou se importa, algo que resulta diretamente no peso dramático que o longa irá tentar desenvolver. 

Os dois primeiros longas dessa trilogia podem não ser memoráveis, porém, funcionavam como uma boa comédia, e contavam com algumas piadas hilárias em meio à boas sequências de ação, sequências essas que exploravam com eficiência a profundidade de campo, usufruindo de um bom 3D, sendo o que melhor utilizava tal tecnologia em todo universo Marvel. Aqui tudo se passa em um cenário que favorecia o deslumbramento, porém nem o impacto visual impressiona, pois é tudo extremamente superficial, incluindo os riscos.  

Aqui tudo é descartado, as piadas não funcionam e as sequências de ação quase não existem, se resumem a personagens indo de um canto para o outro em uma tentativa fajuta de tornar a narrativa frenética, porém sem o auxílio do roteiro ou de bons personagens, que ainda assim roubam boa parte da participação do protagonista. 

A direção ainda zomba da inteligência do espectador, usando basicamente metade da duração do longa tentando construir um suspense em torno de algo que o público já tem conhecimento, o fraquíssimo vilão, que em momento algum convence como a ameaça que o longa tenta transmitir, mesmo usando de vários artifícios em prol disso, como flashbacks ou personagens aleatórios que reforçam a superioridade do mesmo a todo momento. 

E então quando esse encontro assustador enfim acontece é risível, um confronto medíocre que se encerra de maneira ainda mais medíocre, o temido vilão, motivo principal da existência do longa, além de mal desenvolvido sua ameaça se baseia em frases de efeito, culminando em uma sequencia final que revela um roteiro confuso, supondo um risco à Scott (Paul Rudd), e Hope (Evangeline Lilly), que rapidamente é resolvido, até porque seria muito repetitivo. 

Se pedissem para resumir homem formiga 3 em uma palavra, essa palavra seria, vazio, o longa começa e termina sem causar comoção alguma, o arco narrativo de Scott e Cassie não convence, e a aventura pelo reino quântico se resume a criaturas exóticas totalmente descartáveis, e ameaças que em momento algum transmitem um risco real a qualquer um dos personagens, nem mesmo o tão temido Kang (Majors).

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Avaliação: ⭐️⭐️ / 2,0

Direção: Peyton Reed

Elenco: Paul Rudd, Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michelle Pfeiffer, Jonathan Majors, Kathryn Newton, Corey Stoll

Duração: 2h 4m

Roteiro: Jeff Loveness

Fotografia: Bill Pope

Trilha sonora: Christophe Beck

Ano: 2023