A Morte do Demônio

A Morte do Demônio

8 de abril de 2023 0 Por Filipe R. Bichoff

O baixo orçamento para realizar uma obra pode resultar em algo catastrófico, nas mãos erradas, pois podemos ter um exagero em efeitos visuais fajutos, ou um elenco pouco inspirado. Porém nas mãos certas é um desafio a ser batido, no caso, fez com que Sam Raimi se descobrisse para o gênero, se tornando referência no mesmo. 

Ciente das dificuldades Raimi foge dos invencionismos, trabalhando em um roteiro simples e uma trama comum, porém extremamente eficiente e atrativa. O diretor não tem pressa e conduz a trama de forma gradativa, apresentando ao espectador ambiente e personagens, a câmera vertiginosa marca presença desde a premissa, e tem como função estabelecer e sugerir o clima de mistério. 

Assim o tema “possessão demoníaca”, ganha novas formas na mão do diretor, que abusa dos efeitos práticos, e do carisma dos personagens, até porque não tinha escolha, mas isso torna o longa tenso e repleto de momentos assustadores, graças a um detalhe da fotografia ou um movimento de câmera que sugere uma determinada presença, um artificio recorrente durante a trama e que funciona de perfeitamente naquele universo. 

Com isso temos uma narrativa dominada pelo suspense, com leves toques de empolgação, devido ao enfrentamento que ocorre no decorrer da trama, e que faz do longa uma exceção à regra. São detalhes simples porém inovadores, e que posteriormente se tornariam referência no terror.  

A maquiagem, um dos pontos fortes do longa, é extremamente eficiente, o que faz com que a mesma não se torne datada e funcione até os dias de hoje, causando pavor e em determinados momentos e repulsa em outros, algo que o espectador mais sensível pode ter certa dificuldade em acompanhar. 

A fotografia dessaturada e envolta por sombras também colabora com a funcionalidade da trama, seja ocultando falhas na maquiagem ou colaborando no clima de tensão, assim como a trilha sonora incomoda, algo que torna o ambiente como um todo assustador e insuportável de se permanecer ali. 

Assim, com uma conclusão que mais uma vez se distancia da maioria, o longa traz a vitória do protagonista de uma maneira um tanto perspicaz, algo que vinha sendo pautado durante a trama, em um combate corpo a corpo, detalhe que colabou de certa forma em tornar o protagonista Ash (Bruce Campbell), instantaneamente em um ícone do gênero, não apenas por ser o único sobrevivente, mas algo corroborado por seu carisma.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: A Morte do Demônio

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️ / 8,0

Direção: Sam Raimi

Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor, Betsy Baker

Duração: 1h 25m

Roteiro: Sam Raimi

Fotografia: Tim Philo

Trilha sonora: Joseph LoDuca

Ano: 1981