John Wick 4: Baba Yaga

John Wick 4: Baba Yaga

30 de março de 2023 0 Por Filipe R. Bichoff

O feito alcançado pela franquia John Wick é realmente admirável, quase impossível, e um verdadeiro deleite para os amantes do gênero. A direção consegue não só algo novo a cada capítulo como também elevar o nível do longa como um todo, com sequências de ação que brincam com o absurdo a direção faz do capítulo quatro de John Wick gigante, até mesmo de forma literal, mas isso nem de longe chega a ser um problema.

A princípio a duração pode impressionar ou até assustar, porém é algo irrelevante em meio à tudo que vemos nesse capítulo, as horas são preenchidas com as famigeradas sequências de ação em paralelo a bons diálogos, que aqui devido ao tempo voltam a ter a atenção necessária, o que facilita no desenvolvimento dos novos personagens, que mesmo tendo sua primeira aparição neste capitulo não ficam deslocados, muito graças as respectivas performances dos atores claro. 

A trama antes calcada na ação, aqui abre espaço para um ritmo pautado, o que facilita a apreciação por parte do público não apenas das sequencias de ação, mas também das interações entre os personagens e os momentos de reflexão do protagonista em meio a cenários deslumbrantes.  

Com isso, o diretor segura a mão nos momentos exatos para que novos personagens possam brilhar o suficiente, além do próprio John Wick (Reeves), óbvio. O vilão do sempre talentoso Skarsgård é contido, frio, parecendo estar sempre a ponto de explodir, o que revela ser na verdade seu ego inflado. O Caçador, Sr. Ninguém (Shamier Anderson), ao lado de sua cadelinha proporcionam ótimas sequencias de ação em sincronia. Mas é o assassino Caine (Yen), que além de um dos destaques do longa, diz muito sobre como a direção se vê a vontade para com a franquia, para a inclusão de um personagem que nitidamente pende para o lado mais galhofa de maneira proposital, são personagens que ajudam a manter o ritmo narrativo sempre elevado, mesmo nos momentos de “calmaria”.  

São detalhes que devido às proporções fazem com que o longa enfim abrase o lado cafona do gênero, no bom sentido, usando disso para incluir momentos hilários, garantindo um alívio cômico extremamente funcional e que nunca esteve tão presente na franquia. As sequências de ação são um espetáculo visual de encher os olhos, um marco da franquia, mas em especial duas que compõe o terceiro ato revelam a excelência na direção, um é o plano sequência acompanhado por cima do cenário, e a outra é a do trânsito em meio a Champs-Élysées, que é composta por uma coreografia espetacular envolvendo personagens em meio a um trafego insano.  

 De certa forma esse capítulo é uma volta as origens, seja por Wick buscar sua aposentadoria, ou pelo teor mais dramático que toma conta da trama, o que já prepara o público para uma possível despedida, sendo ressaltado através de algumas falas do protagonista para que assim ninguém seja pego desprevenido.

Se esse realmente for o capítulo da franquia que marque a última aparição do Baba Yaga, a direção realmente guardou o melhor para o final, seja pela trama bem desenvolvida ou os personagens realmente a altura do protagonista, detalhes que como um todo fazem as quase três hora de duração não serem sentidas, tudo graças a experiência proporcionada pelo longa. Um último detalhe, quem puder veja em uma sala IMAX, o porque já fica evidente na primeira cena do longa.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: John Wick 4: Bana Yaga

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ / 10

Direção: Chad Stahelski

Elenco: Keanu Reeves, Laurence Fishburne, George Georgiou, Lance Reddick, Ian McShane, Bill Skarsgård, Donnie Yen, Aimée Kwan, Hiroyuki Sanada, Shamier Anderson, Rina Sawayama

Duração: 2h 49m

Roteiro: Shay Hatten, Michael Finch

Fotografia: Dan Laustsen

Trilha sonora: Tyler Bates, Joel J. Richard

Ano: 2023