Creed: Nascido Para Lutar
Uma atualização de um clássico, talvez seja essa a melhor definição para Creed, o longa não só funciona como derivado como também serve como sequência da franquia que lançou Stallone ao mundo, e se tornou um sucesso imediato. Trazendo um novo elenco, porém mantendo a essência de Rocky, ganhando o público da geração atual e emocionando a antiga.
A premissa trazendo a origem de Adonis (B. Jordan), serve de apresentação de personagens e conexão histórica, seja com Apollo ou com a franquia como um todo, acertando no efeito nostalgia e transformando os acontecimentos passando em contos, quase como uma lenda, se mesclando à narrativa e tornando a trama de Creed profunda e emocionante.
O diretor se preocupa primeiramente em desenvolver os personagens, para aí sim se ligar ao efeito nostalgia, uma escolha acertada para não cometer o erro de usar a nostalgia como muletas para sustentar uma trama vazia e frouxa, o que não é o caso, o efeito nostálgico aqui é apenas a cereja do bolo, para os momentos mais dramáticos.
A câmera funciona como base, uma referência para o aprendizado de Adonis, perdida e mais distante no início, firme mais à frente do meio para o final, culminando em uma luta em que a direção basicamente coloca o espectador dentro do ringue, um detalhe que potencializa os combates extremamente bem conduzidos e coreografados.
Em meio à isso tudo, o principal ponto de Creed talvez seja sua trilha sonora, tendo em vista a responsabilidade de suprir uma trilha icônica do longa original, Coogler traz uma mistura de acordes que remetem ao clássico somados ao hip hop com uma batida poderosa, se encaixando perfeitamente à trama do longa.
B. Jordan tem o que precisa para o personagem, carisma e porte físico, juntamente com Tessa Thompson formam uma casal que em nada deixa a desejar a Rocky e Adrian. Vale destacar também o trabalho de Stallone, um dos destaques de sua carreira, em que quase como uma ofensa perde o Oscar de melhor ator coadjuvante.
Nas estre linhas ainda temos uma alusão à realidade de inúmeros órfãos, que passam a vida buscando seu nome, e abandonados vão de orfanatos a prisões, muitas das vezes com potencial para algo, mas sem oportunidade para se mostrar, e que um simples gesto de resgate pode fazer toda a diferença.
Sem a pretensão de superar o original, Creed se sustenta por si só, trazendo de volta a magia dos filmes de luta imortalizada por Rocky, com uma nova roupagem o longa traz consigo um mix de emoções que vão da comedia ao drama, da tensão à empolgação, sendo como um todo um deleite no quesito ação.
Crítica por: Filipe R. Bichoff
Título: Creed: Nascido Para Lutar
Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️ / 9,0
Direção: Ryan Coogler
Elenco: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad
Duração: 2h 13m
Roteiro: Ryan Coogler
Fotografia: Maryse Alberti
Trilha sonora: Ludwig Göransson
Ano: 2015