M3GAN
Brinquedos são itens comuns no cinema, e nos últimos anos veem ganhando muito espaço no gênero de terror, isso graças a Annabelle de James Wan que rendeu 3 filmes. Mas isso não é de hoje e Chucky é a prova disso, se mantendo como ícone do gênero desde os anos 80, com isso uma novata no gênero teria um desafio e tanto, sendo o principal objetivo de M3GAN trazer o mínimo possível de originalidade.
E digo isso pois as comparações seriam óbvias, seja com Annabelle ou Chucky, e desde o anúncio e seu primeiro trailer, M3GAN não parecia ser promissor, por sorte o material de marketing não condiz com o longa, que tem sim muito do que vimos nos trailers, porém contextualizados tem outro peso narrativo e passam a se encaixar com a proposta.
O roteiro do longa é simples, não arrisca muito e é por vezes até previsível. O que nos leva a um dos principais pontos positivos de M3GAN, que é o fato do longa não se levar a sério, em momento algum, uma escolha da direção que possibilita a trama ir por vários caminhos sem perder a essência, pois desde a proposta já fica claro o tom que irá ditar a narrativa.
E é isso que torna o mesmo passível de garantir bons momentos de tensão, que mesmos pontuais estão ali, em paralelo a isso temos sequências hilárias em que o terror é deixado de lado ou até mesmo se mistura com a comédia de forma homogênea, e o resultado é um mix de tensão com risadas, ou até mesmo um riso involuntário, de nervoso.
O que torna a decisão por parte da direção certeira ao levar o longa pelo caminho menos óbvio, e de certa forma galhofa, tendo vista à proposta do mesmo, tornando tal escolha o principal fator que torna M3GAN funcional e livre de comparações, pois o que vemos em tela pode não ser inovador mas também não é nenhuma tentativa de cópia barata, o longa cria seu próprio caminho e funciona.
Mas tudo isso não seria possível sem um elenco eficiente, o trio de protagonistas sustenta cada decisão de roteiro sem perder a credibilidade, Allison Williams tem uma ótima relação com a jovem talentosa Violet McGraw, as duas garotas por traz da boneca, Amie Donald que tem um incrível trabalho corporal e Jenna Davis que da voz a boneca, são responsáveis por fazer o público acreditar estar diante de uma android.
Básico e divertido, M3GAN não procura ser a nova referência do gênero, pelo contrário, usa da proposta tipicamente galhofa, uma boneca robô assassina, para se divertir passeando entre os gêneros, sendo isso o principal fator que torna o mesmo diferente, irreverente, e um experiência no mínimo satisfatória.
Crítica por: Filipe R. Bichoff
Título: M3GAN
Avaliação: ⭐️⭐️⭐️ / 7,0
Direção: Gerard Johnstone
Elenco: Allison Williams, Violet McGraw, Amie Donald, Jenna Davis
Duração: 1h 42m
Roteiro: Akela Cooper, James Wan
Fotografia: Simon Raby
Trilha sonora: Anthony Willis
Ano: 2023