A Jaula
Uma ideia interessante, apesar de não original, porém com potencial. Mas que devido a um roteiro fraco, e uma direção pouco inspirada consiste em inúmeros problemas em sua execução, que fazem de um longa moderadamente curto, se esforçar o máximo que pode para encontrar um desfecho para uma trama no mínimo perdida e preguiçosa.
A premissa simples pode sugerir uma urgência em desenrolar a trama, porém alguns facilitadores de roteiro já marcam presença nos primeiros minutos de duração. Detalhes que a princípio são irrelevantes, porém a forma constante que são usados, e a trama não trazer nenhum grande desafio ao ponto de tornar tais pontos esquecíveis os mesmos acabam se destacando.
O longa tenta de maneira forçada aludir à atual situação do país e do mundo, porém em meio à uma trama que não pedia algo tão explícito como o roteiro entrega. O texto deliberadamente tendencioso peca pela superficialidade, contando com frases feitas jogadas à esmo, que sequer fazem sentido no momento em que são usadas, pois são encaixadas de qualquer forma.
Assim o longa não tem outro destino que não seja o clichê, seja por parte da trama ou personagens, trama essa que mesmo contando com uma situação inusitada e com potencial para algo maior, não se aprofunda e desperdiça uma boa ideia.
Chay Suede em momento algum convence como ladrão de carros, o ator aparentemente se esforça porém fracassa. Alexandre Nero seria a última esperança do longa, porém nem mesmo o talento do ator consegue livra-lo de um personagem caricato, e extremamente clichê, seja nos atos ou nas frase feitas.
Assim o longa consegue terminar pior do que começou, fazendo uma trama vazia entrar em declínio até o principal e vergonhoso ato final, que na tentativa de ser chocante ou impactar de alguma forma, sequer contextualiza a forma vazia que determinado personagem decide por fim ao circo criado pelo mesmo.
Crítica por: Filipe R. Bichoff
Título: A Jaula
Avaliação: ⭐️⭐️ / 3,0
Direção: João Wainer
Elenco: Chay Suede, Alexandre Nero, Mariana Lima
Duração: 1h 23m
Roteiro: Gastón Duprat, Mariano Cohn
Fotografia: Leo Resende Ferreira
Trilha sonora: Apollo Nove
Ano: 2022