John Wick: Um Novo Dia Para Matar
Depois de um primeiro capítulo eficiente o futuro de John Wick era extremamente promissor, a sequência para os desafios do bicho-papão era óbvia. A dúvida era, como melhorar o que já tinha sido muito acima da média? E no capítulo dois o diretor trás a resposta, e de quebra cria uma das franquias de ação com o maior potencial dos últimos anos.
Diferente da premissa dramática vista no primeiro longa, aqui o diretor chega com o pé na porta, trazendo uma introdução frenética e ditando o ritmo narrativo, tendo em vista que o espectador já tinha um conhecimento prévio do personagem em tela.
O diretor é astuto ao trabalhar exatamente no ponto que antes tinha ficado deficiente, não por um erro, mas por não se encaixar à proposta, pois o primeiro longa tinha como objetivo apresentar personagens, e estabelecer vínculos afim de tornar todo aquele universo atrativo para o espectador, já no longa em questão o diretor está livre dessas amarras e tem maior liberdade.
Então no capítulo dois temos uma expansão de todo o universo que envolve o protagonista John wick (Keanu Reeves), máfia, e novos personagens, trazendo detalhes que enriquecem a trama, como regras e hierarquia, tudo que move aquele mundo, logo trazendo um peso ainda maior para as atitudes de John.
A narrativa segue um ritmo frenético, pontuadas por pausas para diálogos que para o público servem para retomar o fôlego, e mesmo abrindo espaço para novos personagens a direção não se perde ao ponto de tornar o ritmo narrativo truncado, tudo acontece de maneira fluida e eficiente.
A direção também é certeira ao elevar o nível das sequências de ação sem cometer o famigerado erro do “mais e maior”, o longa torna tudo ainda maior através de sequências ainda mais mirabolantes, ou detalhes que trazem mais risco à vida do protagonista, e explora os mais variados ambientes, onde é exigido um trabalho árduo de coreografia dos atores o que leva o longa a uma alternância entre frenesi e tensão.
O capítulo dois de John wick prova que é possível trazer uma sequência para um longa já eficiente, sem a necessidade de mergulhar na galhofa ou sequências que fogem de maneira exagerada da realidade, e de quebra deixar uma ponta solta alucinante para um próximo capítulo.
Crítica por: Filipe R. Bichoff
Título: John Wick: Um Novo Dia Para Matar
Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️ / 9,0
Direção: Chad Stahelski
Elenco: Keanu Reeves, Riccardo Scamarcio, Ian McShane, Ruby Rose, Common, Lance Reddick, Laurence Fishburne, John Leguizamo
Duração: 2h 2m
Roteiro: Derek Kolstad
Fotografia: Dan Laustsen
Trilha sonora: Tyler Bates, Joel J. Richard
Ano: 2017