Avatar

Avatar

28 de setembro de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

Existem inúmeros fatores que tornam um longa acima da média, seja a trama, um plot twist marcante, ou como no caso de Avatar, uma mente brilhante por trás de tudo. E o que James Cameron faz em Avatar é excepcional, não só por trazer algo totalmente inovador, mas também na forma como o diretor conduz tudo, ele pega um elemento básico de filmes de aventura, a jornada do herói, e adapta para as proporções estratosféricas de seu longa.

Então ciente do espetáculo visual que iria apresentar, o diretor vai revelando para o espectador aos poucos cada detalhe daquele universo, causando deslumbramento e ao mesmo tempo curiosidade no público, afim de saber quais mistérios envolvem aquele mundo e aquele povo, a princípio apresentados como vilões, devido sua hostilidade, segundo os humanos.

E no primeiro contato com Pandora o diretor é astuto ao apresentar proporcionalidade e risco, colocando personagens ao lado de caminhões gigantes com flechas cravadas, tornando válido o perigo citado anteriormente, e logo seu tamanho, para assim colocar o espectador na pele do protagonista Jake Sully (Sam Worthington), algo que se mantém durante todo o longa.

Assim quando acontece o primeiro contato de Jake com Neytiri (Zoe Saldana), um leve clima tenso permeia a sequência, seguido pelo deslumbramento do contato de Eywa com o escolhido, através dos espíritos puros. Então em meio à aventura o diretor desenvolve uma história de amor improvável, e proibida, é onde entra a importância de alguns fatores.

O arco narrativo de Jake e Neytiri só funciona porque o diretor já apresentou, personagens e ambientação, para assim o espectador estar completamente imerso naquele universo, caso contrário o vínculo entre personagens e espectador não seria possível, é onde entra outro detalhe importante, o CGI excepcional do longa, que além de extremamente realista mantém traços dos atores por trás dos efeitos, o que além de possibilitar o espectador reconhecer quem está no comando do avatar, também possibilita enxergar feições.

O longa conta também com sequências de ação com as devidas proporções, de tirar o fôlego, e o diretor é inteligente ao explorar sempre planos abertos para mostrar toda a riqueza e grandiosidade daquele universo, embaladas por uma trilha sonora incrível que torna todo aquele espetáculo ainda mais impressionante, e assustador em alguns momentos.

Em paralelo a isso tudo o longa ainda alude à como os humanos tratam seu planeta, no longa já destruído, e os povos indígenas, explorados e desrespeitados por aqueles que não tem a menor noção do que realmente é valioso. E esse talvez seja o ponto mais forte do longa, pois o diretor apresenta desde o início cada detalhe daquele universo mágico, e como aquele povo ama e respeita aquilo tudo.

Então ainda no primeiro ato desprezível dos invasores, a derrubada da primeira árvore sagrada, o espectador mais imerso deve conseguir, ao menos em partes, sentir a dor e o peso daquele ato, transparecido através de um grito autêntico de Neytiri, onde dor e desespero se misturam em um grito doloroso e autêntico, mérito do trabalho incrível de Zoe Saldana.

Assim as quase três horas de duração são imperceptíveis, devido toda riqueza daquele universo seguidas por sequências incríveis de ação, pois o diretor conduz tudo de maneira eficiente e gradativa o que leva o espectador depois do êxtase, tensão e lágrimas, chegar ao momento do renascimento de “Jakesully” ansiando por mais, por mais daquele rico universo criado por James Cameron, que de quebra explora a tecnologia 3D como ninguém.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Avatar

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

Direção: James Cameron

Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Stephen Lang, Giovanni Ribisi, Joel David Moore

Duração: 2h 42m

Roteiro: James Cameron

Fotografia: Mauro Fiore

Trilha sonora: James Horner

Ano: 2009