Seres Rastejantes

Seres Rastejantes

25 de setembro de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

Na mente peculiar de James Gunn nada é impossível, o diretor consegue trabalhar com o que a princípio parece ser uma bomba e entregar algo muito satisfatório. É o caso de Seres Rastejantes, um longa complexo porém de fácil entendimento, pois tal complexidade se da pelos inúmeros subgêneros que o diretor visita na construção do longa.

A princípio o longa nos remete a algo sem muitas pretenções, sem mostrar demais, para assim ir construindo a trama aos poucos e incluir alguns elementos que serão melhor desenvolvidos na sequência.

O tom galhofa é abraçado parcialmente, pois em determinados momentos é deixado de lado, se reservando apenas para os momentos propícios. Até porque para que algumas coisas exploradas aqui sejam aceitas, o espectador precisa entrar de cabeça naquele universo.

Gunn é um fã de cinema de gênero declarado, então assim como aqui, sempre que pode o diretor presta homenagens a várias obras, e no longa em questão ele mostra todo seu amor pelo terror e seus respectivos subgêneros de maneira que tudo faça sentido, e não culmine em amontoado de trechos aleatórios.

Passando pelo terror cósmico, base narrativa do longa, indo de zumbis ao trash, tudo sem se deixar levar apenas pela mera homenagem, pois cada acontecimento tem sentido narrativo, e soma à uma trama cada vez mais alucinante, e claro com muito gore.

No elenco temos nomes de peso que dão ainda mais qualidade para o que vemos em tela, pois era necessário para que os acontecimentos não caíssem em demérito, então Elizabeth Banks, Nathan Fillion e Michael Rooker garantem isso com muita competência e exagero, quando necessário.

O diretor ainda abre espaço para criticas à relacionamento abusivo e alienação política, sendo esse segundo o mais ridicularizado, não era para menos.

E em meio à tudo isso a direção constrói um suspense de qualidade, com sequências com uma boa carga de tensão, que por vezes passam a frenesi de um bom thriller. O que prova como James Gunn é versátil, e trabalha com algo peculiar, que por vezes beira o absurdo, como poucos, tornando tudo uma ótima viagem ao desconhecido.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Seres Rastejantes

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️

Direção: James Gunn

Elenco: Nathan Fillion, Elizabeth Banks, Michael Rooker, Tania Saulnier

Duração: 1h 35m

Roteiro: James Gunn

Fotografia: Gregory Middleton

Trilha sonora: Tyler Bates

Ano: 2006