John Wick: De Volta ao Jogo

John Wick: De Volta ao Jogo

25 de setembro de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

O gênero de ação é por vezes rotulado como superficial, repleto de tiros e explosões sem ao menos se importar em como isso é montado, sendo tudo apenas jogado na tela na esperança de que o espectador aceite, isso era regra, sendo raras as exceções. Então em 2014 surge John Wick, e prova que é possível extrair algo acima da média de tudo isso.

A trama tem um início básico porém muito inteligente, de maneira sutil a direção entrega tudo o que o espectador precisa saber, para estar ciente do personagem que irá acompanhar no decorrer do longa.

Um dos pontos positivos do longa é a trilha sonora, algo marcado desde o início com algo mais melancólico e por vezes silenciosa, remetendo ao luto do personagem, para a seguir pontuar as sequências de ação de maneira eficiente.

Então após a maldade feita com o cachorro de John (Keanu Reeves), o longa apresenta ao público o bicho-papão, e faz isso de maneira simples e eficaz, através do medo estampado no rosto dos maiorais do mundo do crime, o que induz o espectador a imaginar o que o personagem fez para ter tamanho respeito e temor.

O ponto alto de John Wick é claro, são montagem e coreografia, elementos utilizados da melhor maneira possível. E se em longas do gênero os cortes abruptos e frequentes são uma tentativa desesperada da direção em impor ritmo as ações dos personagens, John Wick vai na contramão, e o resultado é incrível.

A câmera na mão impõe o risco, agitação, porém quase sem cortes, fazendo o espectador acompanhar e sentir o peso das ações dos personagem, que somados à uma coreografia eficiente e uma trilha sonora frenética são um deleite, um mix de frenesi e tensão.

Outro detalhe é que mesmo Wick sendo alguém treinado, a direção não o coloca como é de costume no protagonismo dos longas do gênero, fazendo o personagem ser intocável, aqui o roteiro inclui informações que tem sentido narrativo, como o fato do personagem estar aposentado a cinco anos e meio, isso é usado como artifício para o mesmo ser vulnerável algo que torna o longa mais realista.

E isso segue ato o último ato, fazendo o espectador sentir o peso das ações do personagem, e em alguns momentos temer por seu bem estar mesmo ciente do mesmo ser o protagonista, se esquivando daquele erro comum da necessidade de ser grandioso, o longa mantém seu ritmo e qualidade até o momento final.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: John Wick: De Volta ao Jogo

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️

Direção: Chad Stahelski

Elenco: Keanu Reeves, Michael Nyqvist, Alfie Allen, Willem Dafoe

Duração: 1h 41m

Roteiro: Derek Kolstad

Fotografia: Jonathan Sela

Trilha sonora: Tyler Bates, Joel J. Richard

Ano: 2014