Interceptor
E mais uma vez a Netflix vem com uma promessa e não cumpre. Desta vez o intuito era um longa de ação, que a princípio seria repleto de sequências frenéticas, ao menos era o que dava a entender o trailer, mas como temos acompanhado não se pode deixar levar pelos trailer montados pela Netflix, que são sempre muito atraentes e chamativos.
O longa já se apresenta através de uma premissa pouco atraente, onde em poucos minutos a trama começa se desenvolver sem o mínimo de embasamento, até aí tudo bem, pois a direção da a entender que as informações serão acrescentadas no decorrer da trama, mas um diálogo em específico já deixa claro que o roteiro não irá se aprofundar muito e caberá ao espectador ignorar a falta de conteúdo.
E em partes é até sugerido que teremos o mínimo de desenvolvimento, ao menos para a protagonista, mas é tudo feito de maneira genérica, afim de trazer motivação para a personagem e gerar a repulsa do espectador para com os eventos ocorridos no passado da mesma, mas como é tudo feito às pressas não causa o impacto necessário, e os flashbacks servem apenas para preencher o vazio da trama, e quebrar o fraco ritmo narrativo.
E narrativa essa que somada à trilha sonora invocam uma emergência que não leva a nada, pois a montagem inclui cortes rápidos em qualquer movimento dos personagens, e a trilha segue constante, chegando a incomodar pois está ali para embalar a monotonia da trama.
As sequências de ação, que deveriam ser o condutor de um longa do gênero, são extremamente ineficientes, a péssima coreografia descredibiliza o mínimo de dedicação da atriz, que é nítida, desde o esforço nas lutas corpo a corpo e o físico apresentado pela atriz Elsa Pataky, digno de uma combatente, porém acaba ofuscada.
O fraco roteiro colabora para a mediocridade do longa, incluindo diversos diálogos fracos e frases de efeito a todo momento, o elenco não convence como vilões perigosos, e a tentativa constante de fazer caras e bocas para transmitir algum risco não passam nem perto disso, causando apenas um riso involuntário.
Moldado na facilitação de roteiro, o longa tem desde seu início à sua conclusão momentos de conveniência, onde algo acontece exatamente quando deve acontecer, visando a rápida resolução da problemática com momentos pouquíssimo inspirados, através de sequências que deixam sempre a desejar.
Crítica por: Filipe R. Bichoff
Título: Interceptor
Avaliação: ⭐️⭐️
Direção: Matthew Reilly
Elenco: Elsa Pataky, Luke Bracey, Aaron Glenane
Duração: 1h 39m
Roteiro: Matthew Reilly, Stuart Beattie
Fotografia: Ross Emery
Trilha sonora: Michael Lira
Ano: 2022