Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

7 de junho de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

Para ao menos valer a viagem de volta ao mundo de Jurassic Park era necessário algo diferente, e nisso o longa até acerta ao exibir o parque finalmente aberto e funcionando, algo que devido aos eventos ocorridos no clássico não foi possível. Mas apenas isso não seria suficiente para sustentar a trama.

Diferente do clássico aqui a força da trama não se dá logo nos primeiros minutos, pois ciente da fragilidade da mesma, a direção apela logo de início, através da trilha sonora marcante da versão original, e planos muito semelhantes, como no caso do helicóptero.

Se antes os personagens precisaram ganhar o carinho do público ao menos aqui os rostos já conhecidos de Chris Pratt e Bryce Dallas, tem o mínimo de carisma necessário, o que ajuda a firmar a conexão com o espectador e o vínculo com seus personagens, que mesmo rasos entregam o suficiente.

Grande parte da trama fica por responsabilidade dos jovens irmãos, Zach (Nick Robinson) e Gray (Ty Simpkins), que até tem bons momentos durante o longa, mas falta talento para sustentar as sequências que envolvem os riscos no meio da selva, sequências essas que compõe basicamente todo o segundo ato, deixando o mesmo apagado diante do todo.

O cgi substitui os maravilhosos efeitos práticos do clássico, memoráveis até hoje, e funcionam parcialmente, pois em determinados momentos deixam a desejar, mas no final o saldo é positivo. A interação entre personagens e dinossauros convence, sendo mais eficientes nos planos mais fechados.

A narrativa tem um ritmo pautado por diálogos fracos e por vezes repetitivos, afim de reforçar as mesmas informações ao espectador, tendo como resultado a quebra do ritmo das sequências de ação, uma das poucas coisas que realmente funcionam no longa, contando com bons momentos de tensão.

No decorrer do longa a direção tapa os buracos do roteiro com diversas referências ao clássico, com o intuito de inchar ao máximo a trama com a ajuda do efeito nostálgico e assim ludibriar o espectador, que ao fim da sessão tem aquela sensação de ter visto algo gratificante, e em partes com razão, mas como um todo Jurassic World é um longa mediano sendo uma grande homenagem ao longa original.

Crítica por: Filipe R. Bichoff