Top Gun: Maverick

Top Gun: Maverick

22 de maio de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

O que Top Gun Maverick faz, exemplifica bem a maneira mais eficiente de trabalhar a nostalgia em uma sequência. O longa usa a nostalgia como base apenas em momentos específicos, como para situar o espectador ou simplesmente por autorreferência, porém não tem toda sua trama movida pelo passado, como inúmeras outras obras, e faz uma atualização em grande estilo.

A premissa é básica, não tenta ser mais do que o necessário, tendo como único intuito atualizar o espectador sobre os últimos anos de Maverick (Tom Cruise), e trazer de volta todo aquele universo criado nos anos oitenta, fazendo o primeiro ato um aquecimento dos motores.

Então basicamente todo o primeiro ato é dedicado de maneira muito eficiente, ao desenvolvimento dos personagens e da relação entre os mesmos, em específico o clima tenso entre Maverick e Bradley (Milles Teller), algo que envolve diretamente o passado traumático de Maverick.

Em paralelo a isso temos uma ou outra sequência de ação excepcional, pois a direção move a narrativa de maneira gradativa, e o nível de tensão das sequências aumenta de acordo com a trama porém sem nunca perder o ritmo, mantendo o espectador conectado, seja pelo teor dramático ou os excelentes momentos cômicos que sem exagero, são encaixados de forma natural, sem causar a costumeira quebra de ritmo narrativo, mérito da direção de Joseph Kosinski que apesar de não arriscar muito acerta fazendo o necessário.

A vida sem regras de Maverick leva ele a solidão, então parte da trama é voltada para o lado pessoal do personagem, que alude à alguém com traumas e assuntos inacabados, que o levam a uma vida solitária e sem perspectiva, algo citado algumas vezes durante o longa, o que faz de Top Gun Maverick a redenção do personagem título.

O roteiro apesar de manter sua estrutura bem próxima do original, contando apenas com alguns ajustes, acerta em manter a essência dos clássicos dos anos oitenta, o que torna o longa um clássico de ação atual, e de uma qualidade que raramente se vê nos dias de hoje.

O que nos leva ao diferencial em Top Gun Maverick, o ar de nostalgia misturado com a atualidade, logo a trilha sonora tem papel fundamental nisso. E a composição da trilha comandada por Hans Zimmer mistura acordes do clássico com uma repaginada muito eficiente, que somadas às sequência de ação trazem um resultado magnífico, o longa conta também com uma canção original composta por Lady Gaga que dispensa comentários, é simplesmente maravilhosa.

E mais uma vez a escolha de Tom Cruise por efeitos práticos e cenas gravadas o mais próximo da realidade possível, fazem toda a diferença, e o resultado em tela é algo absurdamente incrível, com planos que colocam o espectador dentro da cabine com os personagens, e a montagem incluindo cortes nos momentos mais oportunos são um deleite, é ação real nos níveis mais elevados de qualidade.

O longa até conta com um ou dois momentos onde o roteiro faz sua mágica em prol do bem dos personagens, mas em meio a inúmeros momentos de tirar o fôlego, literalmente, pois as sequências de ação causam um mix de tensão com euforia, esses pequenos detalhes se perdem em meio à viagem absurda, no melhor sentido da palavra, que é Top Gun Maverick.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Top Gun: Maverick

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️

Direção: Joseph Kosinski

Elenco: Tom Cruise; Miles Teller; Jennifer Connelly; Jon Hamm; Glen Powell; Lewis Pullman; Ed Harris; Val Kilmer

Duração: 2h 17m

Roteiro: Peter Craig, Ehren Kruger

Fotografia: Claudio Miranda

Trilha sonora: Hans Zimmer, Lady Gaga

Ano: 2022