Morbius

Morbius

2 de abril de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

A ideia da Sony de criar seu próprio universo, envolvendo os vilões do Homem-Aranha, a princípio pareceu promissora, mas após dois filmes do Venom, era claro que o caminho que o estúdio estava tomando não era dos melhores, porém ainda seguem firmes nessa ideia, agora com Morbius, o morcego vampiro da marvel.

O longa tenta dar uma origem sofrida ao personagem para gerar a empatia do espectador, porém já se mostra preguiçoso mesmo em sua premissa, duas crianças são jogadas em tela, assim como no orfanato, para salientar uma típica sequência de origem, ou tentar, porque é tudo atropelado sem a devida importância, e como toda a sequência é muito curta a proposta da errado.

A direção sequer se da ao trabalho de dificultar as coisas para o protagonista, é uma mistura de pressa com ar de complexidade. A pesquisa pouco explorada do Dr. Michael Morbius (Jared Leto), milagrosamente da certo e cabe ao espectador aceitar isso e se dar por satisfeito.

Na esperança de tornar o longa grandioso, uma narrativa já repetitiva, se estende o máximo que pode até chegar ao “grande momento”, mas o que seria um ponto de virada no roteiro acontece de maneira morna, pouco empolgada, a transformação.

A sequência no navio, momento em que o protagonista se transforma pela primeira vez, diz muito a respeito do longa, pois a direção tenta surpreender com as cenas de ação envoltas pelo suspense, ocultando o rosto da fera, porém falha miseravelmente em ambas, por ser tudo extremamente confuso.

Então no segundo ato após a transformação, temos uma leve impressão que a trama enfim irá se desenvolver, mas não, ao invés disso a direção coloca o personagem exibindo/testando seus poderes em vários momentos, como se espectador precisasse ser constantemente lembrado do que acabara de presenciar, um insulto à inteligência do mesmo.

A direção, acredito que ciente do fraco roteiro que tinha em mãos, alonga o máximo que pode os diálogos na tentativa de mascarar uma trama vazia, porém se tratando de diálogos expositivos soam repetitivos o tempo todo, e a impressão que fica é que estamos vendo as mesmas falas, porém em momentos diferentes.

E todo esse trabalho é feito para tentar enaltecer o que era para ser o destaque do longa, as sequências de ação, pois se tratando de um filmes de super heróis era o mínimo, porém assim como todo o longa deixam muito a desejar, sendo uma das, se não a pior coisa do longa.

A fotografia extremamente escura, somados a montagem confusa com cortes a todo momento, tornam as sequências de ação impossíveis de assistir, mas impossível ao ponto de ser difícil enxergar e assimilar o que está acontecendo em tela, a direção ainda tenta trazer grandiosidade aos momentos incluindo cenas em slow motion durante as lutas, mas não funciona, e o que vemos em tela é algo horripilante.

Com um elenco repleto de personagens genéricos, uma dupla de policiais que serviriam como alívio cômico mas que são apáticos, perdendo apenas para o vilão, o amigo renegado, mais clichê impossível. Sua motivação é forçada, implausível, o que torna os confrontos entre os personagens algo sem peso dramático e repleto de frases de efeito, a relação entre os mesmos que já era fraca como amigos, como inimigos é o ápice do clichê.

O longa ainda faz questão de provar que compartilha do mesmo universo que venom, algo que fica claro durante todo o longa devido à semelhança entre os trabalhos. Morbius é guiado pelo clichê, seguido por uma trama vazia, conceitos que o tornam apto para fazer parte do universo da mediocridade em desenvolvimento pela Sony.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Morbius

Avaliação: ⭐️⭐️

Direção: Daniel Espinosa

Elenco: Jared Leto, Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Al Madrigal, Tyrese Gibson

Duração: 1h 44m

Roteiro: Burk Sharpless, Matt Sazama

Fotografia: Oliver Wood

Trilha sonora: Jon Ekstrand

Ano: 2022