Matrix Resurrections

Matrix Resurrections

30 de janeiro de 2022 0 Por Filipe R. Bichoff

Se Matrix Resurrections tinha como principal objetivo trazer respostas e esclarecer pontos complexos existentes na franquia, podemos dizer que a única resposta que o longa entrega é o motivo da recusa constante das irmãs Wachowski em retornar a franquia, uma trilogia que apesar de altos e baixos encerra sua história de maneira coerente e digna, dispensando qualquer tipo de sequência ou spin-off.

Logo de início a trama demanda tempo demais para engrenar, na tentativa de situar o espectador à nova Matrix, e incluir alguns personagens totalmente descartáveis. Se isso não bastasse, o longa usa do próprio roteiro para justificar o longa em questão, usando de uma metalinguagem fraca e pouco convincente.

Ciente da trama medíocre que se encontra o longa abusa da metalinguagem barata para aludir constantemente aos longas anteriores, através de diálogos fracos e repetitivos. Se a intenção da direção era homenagear a franquia, falha completamente, pois nem mesmo os personagens remetem ao que eram na trilogia, e me refiro aos protagonistas, Neo (Keanu Reeves) e Trinity (Carrie-Anne Moss), que aqui podem ser qualquer coisa, menos o casal que conhecemos em 1999.

Com uma trama calcada nas referências e metalinguagem, era de esperar que não teríamos algo acima da média, além disso o longa conta com inúmeros flashbacks, que se limitados ao início da trama tudo bem, porém se arrasta por todo o longa, se fazendo repetitivos a ponto de se tornar insuportáveis, servindo de muletas para um longa que não se sustenta na própria trama e fazendo questão de expor qual personagem clássico está representado em uma nova versão, algo que não seria necessário se os personagens fossem bem desenvolvidos.

A ideia de dar uma nova origem a Matrix não convence, talvez funcionasse se o longa se tratasse de uma obra única, agora sendo algo advindo de não um, mas três filmes, com personagens muito bem desenvolvidos, seria necessário algo mais convincente do que ‘o poder do amor’, para levar não só os personagens, mas também o espectador de volta à Matrix.

Uma franquia marcada não apenas por suas inúmeras sequências de ação, mas também pelo roteiro acima da média, ganha uma quarta parte que além de um roteiro preguiçoso se arrasta por boa parte da trama, que conta com sequências pontuais de ação, que além disso ainda deixam a desejar em relação a coreografia e por incrível que pareça nos efeitos especiais, conseguindo ser inferior à um longa lançado há mais de vinte anos.

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Matrix Resurrections

Avaliação: ⭐️⭐️

Direção: Lana Wachowski

Elenco: Keanu Reeves, Carrie-Anne Moss, Jonathan Groff, Jessica Henwick, Yahya Abdul-Mateen II

Duração: 2h 28m

Roteiro: Lana Wachowski, David Mitchell, Aleksandar Hemon

Fotografia: John Toll, Daniele massaccesi

Trilha sonora: Johnny Klimek, Tom Tykwer

Ano: 2021