Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021)

Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021)

20 de dezembro de 2021 0 Por Filipe R. Bichoff

Enfim temos um encerramento digno e a altura de um personagem como o Homem-Aranha, Jon Watts consegue entregar acima de tudo o encerramento do arco dramático de Peter Parker, com um filme que se encaixa perfeitamente como a última peça de um quebra-cabeça, dando ainda mais significado aos longas anteriores.

Depois de inúmeros boatos e várias confirmações sobre participações especiais que estariam presentes em Sem Volta Para Casa, o medo do longa se perder em sua própria trama era real, até mesmo porque já vimos isso acontecer antes, em 2007. Mas depois de dois trabalhos incríveis, Watts não iria desapontar no capítulo final, e assim ele consegue fazer cada personagem brilhar no momento certo.

Apesar de ter um elenco recheado, e com nomes de peso, a direção não se esquece que o arco dramático central é de Peter Parker (Tom Holland), e em momento algum sentimos que ele é deixado de lado, pelo contrário, a todo momento os acontecimentos giram em torno do personagem, e pela primeira vez Peter sente a responsabilidade e o peso de ser o Homem-Aranha. Com isso a exigência sob Holland seria enorme, pois o longa exige nuances do ator que em momento algum decepciona, pelo contrário, Holland da um show e entrega seu melhor trabalho na franquia, acabando com qualquer dúvida, se é que ainda existia, sobre seu talento.

O grupo de vilões tem como principal função a nostalgia, pois com exceção do Duende, nenhum deles dá muito trabalho à Peter, ou traz algum risco real para o personagem. Então esse papel de vilão principal é deixado de maneira inteligente mas mãos de um Duende ainda mais implacável, e de um incrível Willem Dafoe, sempre ótimo.

As participações dos aranhas clássicos, Tobey Maguire e Andrew Garfield, além de marcarem o ponto de êxtase do longa funcionam também como um tributo, mostrando que apesar de abandonados pelo estúdio na época, seus personagens seguiram a vida. Mas apesar de ambos estarem maravilhosos, Garfield segue acima da média como Aranha, sua emoção e entusiasmo saltam à tela desde sua primeira aparição, sendo dele um dos momentos mais tocantes do longa, fazendo com que essa pequena participação seja sua redenção e apelo por um conclusão digna.

Se antes a trama dos longas tinham sua narrativa calcada na comédia, aqui o tom é completamente diferente, apesar de contar com alguns momentos de alívio cômico, o gênero que dá sentido à trama é o drama, e óbvio a ação. Ação essa que se encontra no ápice, não só na qualidade como na quantidade, o longa é repleto de ótimas sequências de ação, explorando como nunca os limites de Peter.

O diretor se aproveita também do lado nostálgico presente no longa para dar pequenos toques de suspense à trama, usando como base acontecimentos presentes na cabeça do espectador para criar alguns momentos de tensão, sendo o principal deles a queda de MJ (Zendaya), onde temos uma das cenas mais emocionantes do longa, e olha que são várias, a direção queria mesmo brincar com o lado emocional do espectador incluindo cenas que realmente partem o coração.

Apesar do roteiro contar com algumas conveniências, em favor da narrativa, a direção acerta em colocar esses momentos como o alívio cômico da trama, para assim não causar tanto impacto, e passar “despercebidas” aos olhos do espectador, com isso essas facilitações não causam tanto incômodo.

Como citei anteriormente, o longa tem ótimas sequências de ação, seguidas por uma fotografia linda, com cores quentes e intensas, mas no terceiro ato isso muda, chegando a incomodar um pouco, talvez o único momento em que isso acontece, falo da sequência final na estátua da liberdade, a fotografia viva e intensa é deixada de lado e toda sequência é jogada nas sombras, somados ao ambiente limitado em espaço, faz com que a cena como um todo não atinja seu potencial máximo, não deixando de ser incrível, porém tinha espaço para “brilhar” ainda mais.

Mas por fim o longa cumpre seu papel, temos o triste fim da relação entre Peter e MJ, e da relação do trio de amigos completados por Ned (Jacob Batalon), abrindo assim um mar de possibilidades para a próxima trilogia. Peter finalmente entende as responsabilidades que seus poderes trazem, atinge o seu potencial máximo, provando isso na segunda vez em que enfrenta o Duende (Willem Dafoe), e encerra de uma maneira incrível e que finalmente podemos dizer, que o UCM agora tem o HOMEM-ARANHA!

Crítica por: Filipe R. Bichoff

Título: Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa

Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️

Direção: Jon Watts

Elenco: Tom Holland, Zendaya, Benedict Cumberbatch, Jacob Batalon, Jon Favreau, Jamie Foxx, Willem Dafoe, Alfred Molina, Benedict Wong, Tony Revolori, Marisa Tomei, Andrew Garfield, Tobey Maguire

Duração: 2h 28m

Roteiro: Chris McKenna; Erik Sommers

Fotografia: Mauro Fiore

Trilha sonora: Michael Giacchino

Ano: 2021